uma geração toda feita de prédios da gafisa, todos iguais, pé direito de casa de boneca, e pretensão, muita pretensão, seja a de escrever com maiúsculas, seja a de escrever sem-las.
ai loiça acumulada soando uma quinta aumentada; vos lavo, amanhã, viajo.
terça-feira, 15 de junho de 2010
eu enjôo das pessoas, de cada uma delas e depois, rasgo meu passaporte todo dia, no deck
daqui de cima eu não vejo mais a foz do tejo; de que vale o planalto se eu não enxergo?
Me viro, miro o outro lado; não sou eu.
domingo, 13 de junho de 2010
por que não vai no impulso? por que não me acompanha na beira do abismo? porque falta o juízo, por isso.
Grande falha da tecnologia modernosa desse século, esses botões mais ou menos funcionais, de plástico barato, porque não levam em si as emoções de quem escree afobado em cada backspace que eu tenho que dar, em cada 'enviar' vazio que não vai, ai eu aqui cheio dos ais... diz que não me disse, e eu finjo que não ligo. diz?
e se a gente se encontra nas férias, você via como eu emagreci e eu via seu cabelo novo e que você deu uma engordadinha mas eu nem ligo muito pra isso, eu te levava em casa e tinha até um beijinho tímido, e eu lembrava de alguma bobagem que você tinha falado outro dia, e nem ria. e depois nada mais acontecia, mulheres de respeito:
a amava e nem sabia porque; não era simpática, não era faceira nem nada. Morava longe. No interior do estado. Quase que outro país. E ainda assim, sonhava com ela, que cacete.
eu quero manchar o meu pé calçado no barro da calçada, deixar marcada a sola do sapato na calçada recém concretada. eu quero atravessar a rua na frente de dez carros sem morrer. eu quero ver a folha sequinha, morta no chão, laranja, marrom triste e cinza.
mesmo quando os campos eram tristes eu sonhava com os campos, mesmo quando os prantos eram estes eu chorava pelos panos, mesmo quando a veste era mais leve eu arrancava do teu corpo, mesmo quando a carne era podre eu dizia que era encanto; mentia.
ainda que fossem meus os sonhos eram doutro, ainda que fossem estes sonhos os meus eu os trocaria por moedas, ainda que não fossem elas, ainda que eu não quero, ainda mesmo que eu quisesse, não dava.