eu queria chorar mas só suava frio
e eu contava o tempo nos rejuntes de calçada, barras de compasso
eu fiquei tanto tempo sem falar lábio fechado que quase esqueci a língua que eu falava
eu me perdia a todo quarteirão e as avenidas que eu passava eram todas a mesma
e eu me oferecia em cada cruzamento pros capôs de carro -
que estilhaçassem minha bacia em porrilhões de cacos;
eu queria quebrar todos os vasos e pratos
da porcelana monte sião: mas o céu ainda era azul mais claro
os ipês ainda tinham as inflorecências
e milhões de obeliscos cutucavam o céu, daonde eu nunca quis me jogar;
eu acho
(eu nunca acreditei na coragem)
terça-feira, 30 de novembro de 2010
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2 comentários:
o que foi este poema sobre?
per niente
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