domingo, 29 de março de 2009

S.paulo

Chego em são paulo, onde a rua não tem dono,
onde o apresentador mancomunado, bom pro candidato,
onde a imprensa respeita o presidente ;(ahêm),
do torcedor sofredor, do pobre consumidor,
escrava da enchente.

No conjunto nacional, avenida paulista,
mendigo,estátua,pombo.num belo conjunto amotinante.
Semelhantes num entre luz e fumaça, prato cheio ao niilista.
E a tortura nunca acaba neste poço alegante cultural.

Inexorável mover do mundo, involuntária resistência do coração.
Após viver trinta anos na cidade de são paulo, seu avô num hipogeu,
ainda não conseguia distinguir a vila na qual nasceu.
O cantarolar assobiado de um operário durante seu trabalho no alto da construção.

Risos de crianças ecoando pelos vãos do concreto,
os acenos dos que se despedem na estação rodoviária.
O trânsito, o metrô, as indústrias, o preto sem teto,
os museus, os monumentos, e sua marmorária.
O chuvisco quieto.

Centro comercial, badaladas do sino na badalada capital,
eu sou a sé, sou o ibirapuera, sou o teatro municipal.
Existem inúmeras são paulo, nelas que se tropeça e a retalha,
ao mesmo tempo que ela também nos reconstrói.

Migrante e sua migalha,
como num sonho americano, o sonho desvaira,
com os olhos da noite, com os olhos da madrugada e do amanhecer.
Decente indumentar apenas na funerária.
Tempero final do caldeirão cultural.

Como moraes, não te amo à luz plácida do dia,
amo-te quando a neblina te transporta. e me encanta.
Entre um poema, um riso e uma cerveja,
há um pecador morrendo de beleza.

Visitantes apressados, nativos e seus feriados,
cidade de exclusões. Aristocrática, miserável, imponente, global.
Sua poesia cai sobre os desconhecidos corcovados de bronze.
Paulicéia desvairada, vou-me embora no trem das onze.

2 comentários:

Homem Guelra disse...

voceis pur acaso tem merda na cabeça seu paulistanos de uma figa, toma nu cu tranqüilo.

lucas disse...

uai, não era a sra. que era nascida na Vl. Mariana?