terça-feira, 9 de junho de 2009

Sobre o dentro, o fora, Kundera, e a morte

Eu derramo papel de sangue
mas sem lágrimas;
é sangue frívolo
costumeiro.
insosso.

No papel jaz a morte,
Fora, a leveza;
Dentro o peso cardíaco se espalha pelo chão.

Vestido de preto não por luto ou rebeldia, mas porque é frio o dia;
Embala o poema absoluto de Leibniz os alunos a dormirem.

Não são tão inversos, o leve, o peso;
Não há régua que meça a infinitude pequeníssima que os separa (vida, morte: severina)

Um capilar rompido liga o leve e o pesado
Mordida de uma
Arranhão da outra
Pequenas mortes que valem a pena.

Nenhum comentário: