sexta-feira, 28 de maio de 2010
quinta-feira, 13 de maio de 2010
paisagem
um homem barrigudo atravessa o viaduto;
a castanha de caju, R$2,00.
prédios da gafisa,
todos iguais:
pé-direito de casa de boneca
e absurda correção pela tabela PRICE.
a castanha de caju, R$2,00.
prédios da gafisa,
todos iguais:
pé-direito de casa de boneca
e absurda correção pela tabela PRICE.
quarta-feira, 12 de maio de 2010
coletânea aleatória de haicais em trânsito
na bandeirantes
carros na diagonal:
vou-membora
a marginal pinheiros
não tem nenhum pinheiro
e fede.
no canteiro central
há árvores.
não sei seus nomes.
pq do estado;
vl. mariana.
Vl. Mariana;
Pq. do Estado.
carros na diagonal:
vou-membora
a marginal pinheiros
não tem nenhum pinheiro
e fede.
no canteiro central
há árvores.
não sei seus nomes.
pq do estado;
vl. mariana.
Vl. Mariana;
Pq. do Estado.
dizes
:me beija
porque eu tenho mil agulhas na minha boca;
me abraça -
porque eu tenho o alimento no meu peito
e a vida na cintura.
do infinito a um ponto qualquer.
:me beija
porque eu tenho mil agulhas na minha boca;
me abraça -
porque eu tenho o alimento no meu peito
e a vida na cintura.
dizes:
nada. tenho mil agulhas na minha boca.
porque eu tenho mil agulhas na minha boca;
me abraça -
porque eu tenho o alimento no meu peito
e a vida na cintura.
do infinito a um ponto qualquer.
:me beija
porque eu tenho mil agulhas na minha boca;
me abraça -
porque eu tenho o alimento no meu peito
e a vida na cintura.
dizes:
nada. tenho mil agulhas na minha boca.
sábado, 1 de maio de 2010
o príncipe que não escalou o monte horaï
-minha senhora, donde fica o monte horaï?
K: Não sei.
-passei três anos navegando; buscando. saí do porto do oeste numa pequena barca e trouxe até de testemunho dois bravos servos. enfrentei ondas gigantescas; bestas magníficas, e quando quase desistia, quase morri numa tormenta, quase adormeci no barco à deriva, quase apareci numa ilha digna de camões, o poeta português; eis que uma moça me entregou em mãos uma cesta de frutas e pães, e quando já estavamos nós todos fartíssimos, sumira, e no fundo da cesta, a sua rama, que entrego aqui ajoelhado
(ajoelha o príncipe com sorriso satisfeito no rosto)
servo (bravo): eu sou o ourives! senhor, que me pague! já que passamos três anos talhando esta rama numa choupana beira-mar! viagem, diga lá viajem;
K: insulto! (ao servo:) leve a rama de pagamento. Se houve ondas, são as que chorei.
K: Não sei.
-passei três anos navegando; buscando. saí do porto do oeste numa pequena barca e trouxe até de testemunho dois bravos servos. enfrentei ondas gigantescas; bestas magníficas, e quando quase desistia, quase morri numa tormenta, quase adormeci no barco à deriva, quase apareci numa ilha digna de camões, o poeta português; eis que uma moça me entregou em mãos uma cesta de frutas e pães, e quando já estavamos nós todos fartíssimos, sumira, e no fundo da cesta, a sua rama, que entrego aqui ajoelhado
(ajoelha o príncipe com sorriso satisfeito no rosto)
servo (bravo): eu sou o ourives! senhor, que me pague! já que passamos três anos talhando esta rama numa choupana beira-mar! viagem, diga lá viajem;
K: insulto! (ao servo:) leve a rama de pagamento. Se houve ondas, são as que chorei.
o príncipe que acionou contatos na china
Perdoa-me princesa, pois achei um robe idêntico; foi um mendigo quem o achou, depois do príncipe das chinas ter perguntado a toda sua população sobre o paradeiro de tal veste. Porém, o mendigo disse, cada vez que o põem no fogo, mais belo fica, e lá seria possível ficar mais lindo que isso, mendigo, sim, acho que sim, e então tudo virou cinza, agora choro pois não posso te ter.
ao menos foste sincero, apesar da preguiça tanta, e além do mais, serve-te de consolo que choro também? por três anos chorei;
ao menos foste sincero, apesar da preguiça tanta, e além do mais, serve-te de consolo que choro também? por três anos chorei;
o príncipe que não foi à índia
andei sóis e sóis, por sobre terra, por sobre pedras, por cima do mar; no meio do caminho, não havia nenhuma velha senhora que me oferecesse uma vasilha d'água que fosse. de lá trouxe de presente a vasilha de sidarta!
testarei-a, e descobrirei-a falsa: não reluz por si só no breu da noite!
até aí, também não reluz assim a lua, nem mesmo teus cabelos!
insulto! compraste a vasilha na mesbla!
testarei-a, e descobrirei-a falsa: não reluz por si só no breu da noite!
até aí, também não reluz assim a lua, nem mesmo teus cabelos!
insulto! compraste a vasilha na mesbla!
a princesa da noite radiante
nascera do temanho de um polegar, do ventre de um bambu; imprudente taketori no okina, ouvira um silvo e um chocalho na planta, daí inocentemente cortou bambu: e se fosse uma cobrinha daquelas que se escondem em bambu?
kaguya-hime era agora moça linda, e seus cabelos brilhavam tal qual brilhava a lua, apesar de negros, lisos, escorridos; da pele alva, dos lábios de hibisco, logo as notícias de tão bela donzela-princesa se espalharam por todo o japão; cinco príncipes vieram em sua busca, dois do norte, outro de kyoto, mais um de edo e outro de nagoya.
a donzela não era moça tão pura quanto enganava a cor de seu cabelo: pediu riquezas a cada um dos príncipes (não lhe bastava serem príncipes)
requereu demonstrações magníficas de perseverança e braveza.
a um, ordenou que viajasse a pé até capilavastu, donde traria o pote de sidarta, o buda;
ao segundo, pediu-lhe que subisse o monte horaï e lá colhesse a rama da árvore preciosa, da qual brotam galhos de ouro, frutos de quartzo e pétalas de brilhante;
o terceiro devia-lhe o mítico robe de pele de rato de fogo chinês, que não fosse produzido em nenhuma das gigantescas linhas de produção que hão na china;
o príncipe de edo deveria arrancar do pescoço do maior dragão, o colar de pedra quente cuspida das entranhas da terra por este portado. estranho isso; a princesa era da lua -
o último, príncipe de nagoya, trazer-lhe-ia o búzio nascido das andorinhas e que caíra no fundo do mar revolto das cercanias da ilha formosa.
Pouco importa, se Kaguya chorava.
kaguya-hime era agora moça linda, e seus cabelos brilhavam tal qual brilhava a lua, apesar de negros, lisos, escorridos; da pele alva, dos lábios de hibisco, logo as notícias de tão bela donzela-princesa se espalharam por todo o japão; cinco príncipes vieram em sua busca, dois do norte, outro de kyoto, mais um de edo e outro de nagoya.
a donzela não era moça tão pura quanto enganava a cor de seu cabelo: pediu riquezas a cada um dos príncipes (não lhe bastava serem príncipes)
requereu demonstrações magníficas de perseverança e braveza.
a um, ordenou que viajasse a pé até capilavastu, donde traria o pote de sidarta, o buda;
ao segundo, pediu-lhe que subisse o monte horaï e lá colhesse a rama da árvore preciosa, da qual brotam galhos de ouro, frutos de quartzo e pétalas de brilhante;
o terceiro devia-lhe o mítico robe de pele de rato de fogo chinês, que não fosse produzido em nenhuma das gigantescas linhas de produção que hão na china;
o príncipe de edo deveria arrancar do pescoço do maior dragão, o colar de pedra quente cuspida das entranhas da terra por este portado. estranho isso; a princesa era da lua -
o último, príncipe de nagoya, trazer-lhe-ia o búzio nascido das andorinhas e que caíra no fundo do mar revolto das cercanias da ilha formosa.
Pouco importa, se Kaguya chorava.
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