sábado, 1 de maio de 2010

a princesa da noite radiante

nascera do temanho de um polegar, do ventre de um bambu; imprudente taketori no okina, ouvira um silvo e um chocalho na planta, daí inocentemente cortou bambu: e se fosse uma cobrinha daquelas que se escondem em bambu?

kaguya-hime era agora moça linda, e seus cabelos brilhavam tal qual brilhava a lua, apesar de negros, lisos, escorridos; da pele alva, dos lábios de hibisco, logo as notícias de tão bela donzela-princesa se espalharam por todo o japão; cinco príncipes vieram em sua busca, dois do norte, outro de kyoto, mais um de edo e outro de nagoya.

a donzela não era moça tão pura quanto enganava a cor de seu cabelo: pediu riquezas a cada um dos príncipes (não lhe bastava serem príncipes)

requereu demonstrações magníficas de perseverança e braveza.

a um, ordenou que viajasse a pé até capilavastu, donde traria o pote de sidarta, o buda;

ao segundo, pediu-lhe que subisse o monte horaï e lá colhesse a rama da árvore preciosa, da qual brotam galhos de ouro, frutos de quartzo e pétalas de brilhante;

o terceiro devia-lhe o mítico robe de pele de rato de fogo chinês, que não fosse produzido em nenhuma das gigantescas linhas de produção que hão na china;

o príncipe de edo deveria arrancar do pescoço do maior dragão, o colar de pedra quente cuspida das entranhas da terra por este portado. estranho isso; a princesa era da lua -

o último, príncipe de nagoya, trazer-lhe-ia o búzio nascido das andorinhas e que caíra no fundo do mar revolto das cercanias da ilha formosa.



Pouco importa, se Kaguya chorava.

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