quarta-feira, 8 de abril de 2009

Pqnas obras de arte

Em pau em pedra em fim do caminho
Em folhas
e em pedaços de vidro quebrado estilhaçado nas costas das mãos E por que pegar pedras do chão pergunta a moça de sotaque forte São só pedacinhos de calcário que nem organizados geometricamente tu consegues deixar Mas é arte e isso não se explica Eu explico como coisa de quem não tem o que fazer O que vais fazer hoje pela tarde Pois nada Pois então Pois então Deverias artear sentados num banco de pedra a observar estudantes que copiavam obras de arte em grandes janelas e japonesas que tinham pescoços adornados por lenços de seda discutiam pisando em pedras em paus em fins de caminho Pois não me diga que este prédio tem mais de cem anos Pois te digo E essas moças que não são daqui E esses livros que não são daqui A minha língua não é daqui é de outro lugar Eu sou macaco eu sou gente eu sou cupim Eu faço esculturas em pedras e folhas Eu faço florestas de nuvens e jovens moças Eu faço a ti Mas não esta noite Esta noite farei-te do rascunho Esta noite não é poética como as outras esta noite é só escura Quem eu macaco penso que sou? Saramago?

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