espreguiça adriana;
estica o braço - toca o céu.
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I.
adriana tocava o céu pois era leve;
sr. português, tu nunca o farás, pois pesam os tijolos e blocos e vigas de aço da gerdau na tua construção. Pois leve é esse pão pra comer, esse chão pra dormir (mas não o que o cobre) -deus lhe pague- relembra o empregado da construção, como se fosse o único.
aquele prédio feio por onde adriana passava se erguia como outra adaga a ferir o céu da cidade que já não se importava. Agora nela residia tudo que não era dali, erguidos tortos prédios quadrados sobre a areia suja e o mar manchado de petróleo apresentado tal qual uma enorme vaca marrom e preta era a vista da qual usufruía. Guaiaó se vingava com a chuva constante que molhava a carga do porto e o ferro exposto o qual com o tempo fazia da ferrugem a estética dramática do sangue, apesar de não ser vivo ou morto; ser ferro. Mas o português domou a vingança com canais sujos, outrora a garantia da assepsia santista, hoje casa de garças.
adriana era leve. surgira de um céu quase limpo numa rua quase vazia. adriana só queria poder deitar na larga avenida e achar que poderia deitar no chão para cair no profundo firmamento. Só.
(hay que tener más...)
terça-feira, 26 de maio de 2009
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2 comentários:
mudando alguns personagens e cenários, temos aí a mesma situação em todas as cidades.
esse filme já tá batido. cadê o progressista?
o progressista é o português. eu mesmo gostava das casinhas.
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