No bar, ele vira e diz Garçom, pega pra nós aquela cerveja que tá lá no cantinho do freezer que você ia levar pra casa e bota ela na mesa.
Seu estado já não era dos melhores e bebia por causa das "forças terríveis".
Virou para a mesa ao lado, apontou à menina e disse Você para puta só falta a esquina.
Para quem pretendia varrer o Brasil, está de péssimo tamanho varrer o chão com seu bigode.
Pago a conta.
Entramos no seu Austin mini, eu dirigia.
Ele ajeitava a gravata esfarrapada e o óculos torto.
Magricela como era, não aguentava muita bebida. Ele balbuciava, eu ria dele, ele ria de volta, sujeito simpático.
No meio da embriaguez soltou Eu bebo porque é líquido. Se fosse sólido eu come-lo-ia.
O curso prático da língua portuguesa pagava até nessas horas.
Ao chegar em sua casa o deitei na cama e o encobri com seu cobertor e lhe entreguei seu ursinho, carinhosamente chamado de Elvis.
Fechei a porta do quarto, deitei no sofá. Tinha grande simpatia pelo personagem.
Afinal, somos todos um pouco Jânio Quadros.
2 comentários:
Jânio Quadros at an exhibition
'e tudo a mesma merda
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