terça-feira, 15 de dezembro de 2009

a morena como a ninfa tropical

é bem verdade que as ninfas do camões são tropicais, mas vá lá, veja bem; camões não era vinícus nem tom, camões lá sabia o que era saudade (sabia), já lá teve uma morena, conheceu esse pecado, já provou desse dilema? damas da corte não contam, eu quero damas do jardim da praia, eu quero moças morenas, beijadas de sol, abraçadas pelo mar, que caminham mudas com olhar pra mim sentado ali no banco, um olhar de soslaio, me quebrando todo por não ir lá acompanhá-la, eu não posso, ela é toda do sol, que vai engolindo essa moça ao longo da orla, na direção do guarujá... e leva ela com ele, em sua carruagem de apolo, e quem sou eu pra contrariá-lo, senão um mero observador de coisas, um escriturário, mas assim, e assim ela conhece o mundo, assim ela sabe das lendas do boto e das lendas do cataio, ela sabe mas não diz, por que moça não me diz o que passa, só sorri? por que moça, não me dá um oi quando passa, abaixa o olhar, meio sem graça, só pra quando voltar brilhar mais, ofuscar as vistas, me tirar as pistas, me tirar do sério...? é saudade de um tempo que ainda nem veio.

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