terça-feira, 1 de setembro de 2009

lamento antigo

Morena, eu tenho saudade de ti
De coisa alguma
Que nunca aconteceu
Saudade do teu peito, no abraço,
Encontrando com o meu.

Morena, meus pulmões são de pedra
De tanta fumaça, tragada de graça,
Num respiro súbito tua cor inalei;
Pulmões de granito
Que servem de taça
A um coração sem lei.

Tenho saudade derramada em luso lirismo
De um beijo roubado com desculpas fingidas
De tocar os lábios, ainda as pálpebras despidas,
Vergonha de chorar como chora um português

morena
Ferreira-português chora
com a taça de Porto na mão.

morena
tens cor de tawny
que eu pinto com tinta de sangue e ametista
pra entornar-te toda dum gole só

morena, da terra brotaste tu
pra me fazer contraste
encosta teu seio na muralha
todo pelo teu corpo nu

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