quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Escreverei-te um soneto, chamarei-te de senhora

Não lhe conheço, senhora, estava
Ainda que há pouco, a lhe esperar
Não te abraço, pois que és tela frágil
e lha haveria de chamar por nome falso

nome fácil, nome ruim, nome que me reduz à estafa
de um homem que sorri até que lhe doam os músculos
da sua face, quase alva, exposta à ardência do grande sol

me arde, moça senhora, te chamo por nome fácil de dizer
sai da ponta da minha língua tu alcunha seguida de nobre
elogio de sentido clássico ou falácia taciturna;
e lhe digo, senhora, queres sonetos, queres romances, seduza a Alencar - de mim ganharás pronomes e conjugações mal casadas, brancos versos, livres versos, adversos, dispersos; ganha nada.

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