domingo, 2 de agosto de 2009

Expresso Mossoró (a fundação de S. Paulo)

Batia 9:37h e conforme informava a tabela devidamente pregada a dois rebites à antiga parede de alvenaria aportava o trem do Expresso Mossoró, Senhor o chapéu, Leve-o, Obrigado, À que horas é servido o almoço, ao meio-dia mais três tilintares de quartzo. Dispensado o serviço de bordo abrira o recém-adquirido livro sobre as memórias póstumas do fundador da Vila de Todos os Santos e fingiu pra si mesmo que lia. Sim, fingiu, pois que este Brás Cubas era outro. Como escreveria depois de morto, se perguntara ao avistar tal título, rira da estupidez do autor e comprou o exemplar por pena, lá nas bandas de Natal. Folheando a brochura, lhe escapavam arranha-céus e vinha a areia, areia, areia; areia.

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