quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Coisa mais leve está por vir, até então, cave seu buraco.

I
Rápidos, incapaz de descrever, os detalhes não importam pois a fragrância de amantes é sutilmente assoprada com os ventos do verão, é o tipo de noite onde todos falam, todos escutam e ninguém respira.
O bebê chuta. O homem vê a mancha de chardonnay na saia da mulher e grita, desesperado:
-Você não acredita mais que amor é a única razão de nosso viver?
-Não.
-Então me diga a razão de meu viver! Não precisa ser amor. Eu viveria por aquela cadeira. Eu viveria por aquele quadro! Apenas me diga. Me diga a razão de seu viver que ela se tornará minha razão.
II
Não há uma grande orquestra ou um pôr-do-sol, não há choradeira ou um grand finale, Removendo as cores de nossas visões, o homem apressa-se a confranger o infante, e ambos choram.
O infante pela vida, um perigo concreto ao seu ver, o homem pela sua vida, abstrata, arruinada.
Ela correu suas mãos pela mesa, mas fora rejeitada pelo homem rejeitado.
III
Sua barba malfeita esconde as feições opostas de reluzente, o homem não é feliz, até onde ele sabe, o garoto também não é feliz e a mulher, seja a ilação de seus gestos, poderia estar distante ou próxima que seria indiferente.
O homem não vê mais as cores, mas ele vê um cego:
-Será mesmo, realmente, amarelo o sol e azul o céu? Por que não ser lilás, vermelho ou quem sabe seja apenas som?
O homem olha a sua volta, agoniado, agora compreendia:
-Quem é que não enxerga aqui, será eu ou você que não percebe?
Não seria indiferente!, ele está sozinho.
IV
O fim chegou, o homem avista a última cortina, viveu uma vida vazia cheia de arrependimentos, o homem olha para o lado e puxa conversa:
-Eu conheço um lugar onde a gente pode aproveitar tudo que não estava previsto.
Para dizer as coisas que realmente sente e não as palavras de alguém que ajoelha, para isto que estava lá.
E sua doce dor se esconde por trás de um sorriso, corrompido, comprado, fingido.. finalmente feliz.
E o filho buscou em vão identificar motivos para não querer guardá-lo.

Um comentário:

Fehh † disse...

sério.. te odeio.. tu escreve mto bem ¬¬"


p.s. de um dia pro outro.. mil novidades @_@ assim eu num dou conta :P