segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Luzes à distância

O menino passava a padaria, que nunca estava aberta, e entrava no parque, que nunca estava fechado, e o parque era cheio de grama suave, limpa e verde.
E o menino tirava toda sua roupa e começava a esfregar sua pele na grama fresca e molhada.
Mas não naquela noite. O menino desta vez entrou na padaria, que estava aberta, e comprou uma garrafa de uísque, passou reto pelo parque, que estava fechado, andou por metros e deitou-se num parapeito de uma casa abandona. Por morar num ponto alto da cidade e subir às ruinas, deduz-se que havia subido mais e, portanto, o menino situava-se perto das estrelas. Esfregar-se-ia numa grama diferente hoje. Estava frio, e a ocasião pedia um gole. 
A vista sublime tirava seu fôlego. A cidade estava aos seus pés.

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