sábado, 1 de novembro de 2008

Jezebel

Tolo o escritor que se apresenta, derrama as palavras a sua frente mas não as expressam como deveriam ser.
O escritor come uma, duas modelos por mês, cheira pó em suas reuniões artísticas pedagógicas e então o escritor escreve, sobre o minotauro de seus sonhos, porque as modelos não o satisfazem, e ele sonha com o minotauro e o minotauro, em retorno, enrijece e de certa estatura o amedronta.
E então o escritor volta a seu carnaval cotidiano que nada importa, nada acaba, e as modelos passam.
A ex-menininha tinha uma língua que parecia um liquidificador, tamanha a velocidade que ela a usava.
O escritor pensava que isso era inspiração, mas no fundo, tudo isso nunca foi deleite, era tudo baseado no seu sofrimento, na sua alma caolha, na sua cela psicológica, isto sim! Ah, isto era seu auge! A representação crua de sua vida, de como ela poderia ter sido, e nunca mais será, de como um corpo inane ainda pode obter idéias brilhantes mas sua luta extra corpórea não o leva a nada... ao fracasso... a eutanásia.
Tolo o leitor, que se deixe levar pelo fato do escritor ser homossexual, levantando a questão do bem ou do mal, nada conta quando se é ateu, pois seus contos de horror não contam a maldade do homem ou de seu deus, mas sim da humanidade, uma crueldade, e sua crença, um devaneio.
O horror. Da mulher, da criança, do minotauro.

Um comentário:

Arlequina disse...

Não sei o que comentar nesse texto.
É estranho concordar com ele, mas é fato.