sábado, 29 de novembro de 2008

l'amour de sagesinge

Do infinito a um ponto qualquer
Me esgueirando entre frestas em suas roupas
Florestas de nuvens e jovens moças,
Me recordando do desejo de esquecer.

Meu coração sangra por ti
De sangue encarnado como teus cabelos
Emolduram teu rosto os meus desejos
De ternura ou indecência.

Durante as noites mal dormidas
De insônia eu te chamava em várias línguas
Versando palavra por palavra, em vão desespero,
Minh’alma pela metade; dando-me por inteiro.

(at least once he was)

Sitting in a dream

by the water stream (watre in british)
sitting in a dream
in a lazy january evenín'

in a sunny morning Sonny mourns his dead flowers
that had late-blossomed during the autumn, living for death
blublublu- he cries and lies on the grass just to fall apart, fall from eyes (tears)
falling to Mars, contradicting Bowie in a senseless way -the end

E assim será

Teriam os supervenientes do acaso interferido na minha identidade da arte, do bom e velho acto, daquilo que se escreve? Pois não sou mais o mesmo das coleções de palavras que retratavam o cotidiano em-metaforiado. A obra talvez seja de identificação espontânea devido à míngua de colaboradores, mas há de se cansar, um dia, uma hora, de seu exaustivo bloqueio criacional, seja de um ou de todos os dois autos, seja por uma boa causa (que não seja do contrário pois assim estaria gordo com contos), e é.
Um artista pode ser taxado de engenhoso, brilhante, genial, mas não há espectador para seu espetáculo, que está longe destes adjetivos, pode-se dizer que apenas exercemos a arte e que, porventura, não nos apegamos a bons, maus, olhos medíocres, e nos contentamos com a leitura monótona, empolgante de passagem, mas não duradoura, uma ramificação de seu discurso cibernético, perguntando entre debates - será que transcendemos à imagem de um periódico eletrônico em versos?
Para vossa visão, um desconhecido; ou não, não me importo; que vos escreve em tom místico, acha-se graça onde não tem, procura analisar, criticar, marcar presença não-tão-ilustre.
Pois bem, eu acho graça da senhoria que não usa colírio cultural, chora quando há de se chorar, sinto pena e inveja da ingenuidade, pois acho que não sou ingênuo.
Sinto-me em posição privilegiada para reforçar esta afirmação extensa, de que nada que se lê aqui irá distinguir-se em um futuro, pois não apenas sou habitante deste mundo, mas sou apenas um habitante de seu mundo, maior, melhor, onde há você, querido leitor. Cego, ausente.
Quebrando o detalhado guia de um texto seu para nós, digo que amanhã minha opinião pode ter sido modificada.
Hoje, já passou.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Love is Green!

Eu queria escrever alguma coisa, mas anda sendo difícil pra mim falar qualquer coisa se não for através de outro tipo de teclas. eu juro que queria.

Eu falo com o vazio.
Ecoa sem anteriores reflexos minha voz em um abismo preto. não é figurativo.
As vogais já são cliché. assim também são francos estrangeirismos;

não há história, apenas um aviso no quadro que diz "O homem oprime!" mas não mais oprime como oprimia antes "o animalismo é a solução!" o socialismo virou presunto o homem do quadro disse "pelêgo!" só porque eu penso? o que tu pensará ser teu livro ludibriar-te-a como todas essas construções gramaticais complexas e por vezes errôneas o fazem "cada vez mais nos unimos" sob mercados "seremos todos iguais" na miséria e objetificados pela censura "lute contra o homem!" portanto contra ti mesmo NÃO LEIA ESTE TEXTO! só viva! carpe diem, seu babaca! nada te afeta (até que te afete) isso é uma guitarra ou minimoog?

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Luzes à distância

O menino passava a padaria, que nunca estava aberta, e entrava no parque, que nunca estava fechado, e o parque era cheio de grama suave, limpa e verde.
E o menino tirava toda sua roupa e começava a esfregar sua pele na grama fresca e molhada.
Mas não naquela noite. O menino desta vez entrou na padaria, que estava aberta, e comprou uma garrafa de uísque, passou reto pelo parque, que estava fechado, andou por metros e deitou-se num parapeito de uma casa abandona. Por morar num ponto alto da cidade e subir às ruinas, deduz-se que havia subido mais e, portanto, o menino situava-se perto das estrelas. Esfregar-se-ia numa grama diferente hoje. Estava frio, e a ocasião pedia um gole. 
A vista sublime tirava seu fôlego. A cidade estava aos seus pés.

sábado, 22 de novembro de 2008

(texto foakeanista)

(introdução com frase de impacto sem muito sentido)
(metáfora)
(metáfora)
(trocadilho)
(conclusão absurda)

(metáfora)
(referência a alguma banda de rock progressivo)
(trocadilho)
(direção imperativa à uma figura inanimada)
(frase de impacto falaciosa)

Agora que você tem o modelo, faça seu próprio texto, seu próprio blog, e funde um movimento. Não esqueça de nomear o movimento com seu sobrenome mais bonito.

No quarto, na sala, na cozinha da casa branca

Já morreu o Revolucionário de 8 de outubro, já morreu a sua moradia (cotada em petróleo e vaselina),
Crunch, crunch - mastigou a instituição.
Foi-se a mitologia do negro, Foice na garganta do pelego.
Morremos teso. Nunca perdemos a pose.

Rápido sr. Dinheiro, fuja!
Siga-me pelo caminho através dos números que chovem,
logo depois dos números vem os homens.
São papel, santo papel. Papel verde, amarelo, azul e por que não laranja.
Um zero a cá um zero alá, pra lá, de onde vem nosso gracejo,
a graça de trabalhar, e trabalhar, e trabalhar, e trabalhar, e trabalhar, e...
Ah, e viver, neste admirável mundo novo.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Neo Neo-Neo-Dadaísmo

é a tua mãe.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Boa noite e Boa sorte

A prostituição da cabeça do indivíduo, cujo saneamento básico não serve para nada em comparação ao bombardeamento
que vem do outro lado, aquém das expectativas de qualidade, bombardeio de imagem, som, multa, documento.
Dezembro com "s" e expectativa também, desembro, espectativa.
Aponta, dá risada, tira foto do monumento,
viaja e viaja para conhecer o estabelecimento de sua estadia e padecer com a telenovela de língua estrangeira.
Estranhamente comum, ah sim, eu vejo o senor que roubou-a do señor.
A escala trabalhista do terror!
Donas de casa e domésticas mordem as unhas e umedecem os lenços e tomam a coca e Shhhhh
Não deixe o bebê cair... ele atrapalha a hora divina das 8, dos 80 (canais) do único capataz (acredita-se da casa)
Que ansiosamente espera o término da hora divina para sua hora infernal, sofredora,
e o ciclo começa nos sexos, e o cotidiano encerra o nexo, do homem livre da raça pensadora,
aceitando tudo que lhe vem a hora, o sofá e seu montante de escória.
Anarquismo na ampla distribuição de informação,
seja livre, seja leve, não aceite o transmitido, repele o pobre reprimido, o bandido caído, o sensacionalismo colorido.
Eles não se levam a sério, nem mesmo usam calças por trás da bancada,
o avião de dinheiro é o estopim da pobreza demonstrada,
de pobre a pobre, de casa a casa.

Blá blergh do papo e do saco furado

Minha relação com essa coisa de conversar é descomunal.
Não sou bom conversador, papo furado me enche o saco.
Também não gosto muito de conversas sérias.
Gente tentando mostrar que é inteligente me irrita.
Normalmente pegam no seu braço pra falar, dizem o óbvio como se fosse algo importante e sempre se saem com frases feitas e provérbios disfarçados.
Quanto mais cretina uma pessoa mais ela gosta de provérbios e conversas sérias e frases definitivas.
Eu levo a idéia “só sei que nada sei” muito a sério para poder ter opinião formada sobre algo.
Não que eu odeie os provérbios, alguns são admissíveis.
O chato é que as coisas realmente importantes são tão simples, não vale a pena falar delas  (a não ser para os idiotas, que adoram dizer que o importante é ser feliz e coisas assim).
Não é que eu não goste de falar sério, não. Eu falo sério todo dia.
Mas prefiro muito mais fazer graça. O humor consegue ser sério sem ser chato.
Pelo tipo de humor pode se conhecer uma pessoa.
Os idiotas não gostam de rir de si mesmos, se ofendem, acham o riso uma coisa boba, acham que as pessoas inteligentes devem estar sempre preocupadas com problemas existenciais ou algo assim.
Ou então ficam rindo das coisas mais cretinas. Isso me deixa cansado.

Mas não se abalem. E, no mais, vi que vossas mercês não lembram de ontem mesmo, por isto
estarei escrevendo algo sério, como uma longa conversa e cheia de provérbios num futuro.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

DONE! said the gnome

Gente feia está sempre com pressa. Ela comprou um livro de auto-ajuda. Coitada.
A costumeira tropa de adolescentes bêbados gastando a testosterona com pequenos atos de vandalismo exclamaram:
Ela é uma bruxa !  Um pato ! Arranjem um pato !

E depois não há só as bonitas:
Há também as simpáticas.
E as feias, certas feias em cujos olhos vejo isto:
Uma menininha que é batida e pisada e nunca sai da cozinha.

A burrice no Brasil tem um passado glorioso e um futuro promissor, mas os jovens tomam conta do resto.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

A HISTÓRIA DO MEXILHÃO FEIO

Era uma vez um mexilhão feio. Ele era tããão feio, que todo mundo morreu.


FIM


Oy! Oy! Oy!

¡Hola! Hoy, en comemoración de los 70 posts de este blog, hablaré fuera de la personaje. Bien, como vés, hablo el portuñol, pues soy de Portuspaña! (can you see the real me?) Cuando te vás e cuando te véns, miro en tus ojos e hablo "guantanamera, quizás, quizás, besame mucho!" y usted habla en respuesta "drugras son peligrosas, chico" y pergunto "¿qué dizes?" y ´vós "sí sí, credita-me" entonces eso és o que tenia a hablar. (Reader?! READER?!)

Ditos e modos do truão

É engraçado como é o começo. 
Principalmente quando duas pessoas se conheceram por acaso, se interessaram quase que de imediato e começaram a ficar junto. 
Tem sempre aquele esforço pra disfarçar nossos defeitos e realçar as qualidades ao máximo, até o último momento. 
Até que você e ela começam a perceber aqueles pequenos defeitos escondidos, ocultos.
A preocupação de manter o bom andamento da carruagem é constante, 
coisa que pode muito bem ser comparada a um escritor mal inspirado editando, ou tentando editar, seu livro.

Seus melhores contos são os primeiros que vêem à mente, claro. 
Mas a compilação de bons momentos, e que na opinião do autor são interessantes para seus leitores, não é tão grande assim. 
Palavras de amor e carinho são ditas e escritas a todo instante, assim como alguém que está lendo o livro comenta pra si mesmo 
“esse livro é ótimo,estou adorando”, mas que na verdade só o faz na tentativa de adquirir um algo mais; afinal, a gente nunca tem nada a perder.

Livros nos contam as estórias fantásticas, um romance, ele pode o ensinar a lidar com negócios e investimentos.
O amor são negócios. São ações, investimentos, onipresença desejada mas impossível.

Nunca acordei amando,
mas já fui dormir assim muitas vezes.
Nunca perdi a fome.
Nunca recuperei nada.
Já olhei muitas manhãs com cara de última,
já desci muitas ruas que tinham ar de fim da linha,
já me senti vezes sem conta irmão das poças.
Já bebi muitas auroras
em companhias mortas.
Já fui expert em cinzas.

E o foakeanismo que já foi influenciado por religião e filosofia, ócio e matemática, comédia e política, agora, é feito de bobo pelo autor exaltado.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

As vacas aladas e seus papéis na sociedade pós geração X



Um adendo: a chamada "Dança do Quadrado" é claramente uma crítica veemente ao status quo inerente à cultura brasileira, afinal nossas castas não são tão claras como na Índia porque não há no catolicismo justificativa costumeiramente mirabolante para tal sistema como há para os hindus. É com você, Bonner.

pequena

- pororoó, pororoó roropó - assoprou Charlie Parker
- tururu tá tá tá tum tum tum tum booujzé! - respondeu um baterista, meio distraído.

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Ele disse que não queria ir, mas acabou que não agüentava a vontade de ter perdido o que queria ter. Assim sendo, assim foi. E era azul seu caderninho preto, e nele tinha escrito:

Não há flor que se cheire
Não há amigo que se cale
Não haverá quem te chama
Dizer-te por que.

Assim sendo, assim foi. Fechara o caderno e agora corria pelo sonho amarelo de luz, amarelo de girassóis, ou mesmo amarelo como pães franceses não muito assados, mas também não tão crus, assim como aqueles da padaria ali da esquina, com um pouco de gergelim em cima e massa bem batida. E cantava:

Não há nenhuma que te ofenda
Não há nenhum que não o faça
Talvez até te falem depois
Mas já não terá mais sentido.

Assim sendo, acabou não indo tão longe quanto pensava que iria. Sentara entre as incheiráveis e procurava o Mundo em seu bolso direito. Era o único que havia em suas calças, que por sua vez era a única de seu guarda roupas, que, no entanto, era o único na região. Importado de terras distantes como o velho Cataio. Lugar lindo, onde o sol se põe quando tem vontade. Se não tiver vontade lá, talvez tenha no Ceilão... De qualquer maneira, era seu único bolso e o Mundo não estava mais lá. O que seria dos outros sem o Mundo? Sabia que o Mundo era importante, então abrira seu caderno azul, que por entre as pétalas e ramos, por alguma razão, parecia mais azul do que realmente era. Escrevia sobre o Mundo, numa organizada bagunça, numa dança de invertebrados no escuro de um salão numa madrugada de Terça-feira. Escrevera:

Não há bolso em que ele caiba
Na feiúra tem sua beleza
Nas palafitas e pobreza,
Manifesta-se vivo e cortês

E escrevendo, viu que o que era cru e simples, na verdade era complexo e estranho, cheio de mistérios, ministérios, menestréis, méritos e ministérios de misteriosos menestréis. Cada qual com seus méritos. E escreveu mais. E mais. Escreveu sobre o gado, sobre a convivência, sobre histórias dos avós, sobre Romeu e Julieta, sobre Bento e Capitolina, sobre Frederic e George, sobre Jane e Eddie, Dirceu e Marília, e muitos outros, escreverão ainda de muitos que virão, mas, só o que faltava era eu escrever sobre ti. Porém acho que nunca conseguirei descrever teus olhos meio orientais, porém ocidentais, teus cachos de anjo, que envolvem o olhar de pecadora divina e tua boca que firmemente me cumprimenta. O que direi da pele branca como o som de violões e flautas, e sobre os sorrisos esboçados em horas mais que perfeitas?
Direi que não há o que dizer. Queria dizer-te, mas falar isso hoje em dia parece mais uma música mal versada, tão comum.

Assim sendo, assim será. Só se você quiser, é claro.

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7/3/2008, de madrugada.

domingo, 16 de novembro de 2008

O meia-boca contra-ataca

Nessa mesma hora amanhã, onde nós estaremos?

Eu tenho que ir.
Eu queria ter ficado. Eu queria ter feito muitas coisas.
E eu que cheguei a pensar que você era louca. Eu sai andando, pela porta mesmo.
Eu não sei, acho que eu me senti assustado, igual um criança, foi muito pra mim, me extravasei.
É, eu sei. Eu pensei que você sabia isso sobre mim. Eu corri da minha humilhação.
Você disse que não tinha problema se eu fosse, mas você disse com tanto desdém.
Tudo bem, agora eu sei que você queria que eu ficasse.
Eu sai pela porta e minha memória acaba aí, não tem como continuar.

Abençoados são os desconsiderados, pois eles conseguem tirar o melhor de um erro crasso.
Quão felizes são os muitos virgens inocentes. O mundo esquecente pelo mundo esquecido.
Cada oração aceita, e cada desejo resignado.

Qual é a verdadeira identidade do homem-morcego? É muita dramaturgia pra um embaraçado?

sábado, 15 de novembro de 2008

Oliveiras

blup-blup-blup pinga a goteira

-por que a gente não vai ali no canto? você filma e põe no youtube depois
-mas tem bicho da azeitona naquele canto!
-han?
-bicho... da... azeitona... goes AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA(zeitona)
-how interesting... shall we?

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Cro-Magnon

A garotada, a maioria bi, cheio de antropófago.
Uma festa num iate, longe da civilização, todos bebendo.
Dois jovens se distanciam e engajam-se numa conversa despretensiosa.
Tipicamente, suas filosofias entram em conflito.
"Mas todo o sol que ilumina os corredores do universo brilham pouco diante da faísca de um único pensamento..."
"Sim, muito poético. Deixe-me saber quando entrarmos na alma."
Mais pessoas agrupam.
"A alma? A mente finita não compreende a infinidade - e a alma, que vem de Deus, é infinita"
O tema levanta discussão na platéia.
"A alma pode ser infinita, mas nosso tempo, do homem, é curto"
"Eu não sou o homem que pensam que sou em casa, sou um homem da Terra"
Mais olhares e ouvidos curiosos, joviais.
"E qual a graça disso?.. Quantos anos tem?"
"14.000"
Risadas.
"Conheceu Jesus, Buddha, Da Vinci?"
"2 sim, outro foi o acaso que me levou a este status"
Hesitação.
"Diz-se ser Jesus, meu amigo?" - gracejou
O jovem, são, espia à sua volta com um olhar sincero e demonstra frieza, como se estivesse com pena destas pessoas; todos estavam sérios, aguardando.
"Sim" - disse com convicção
E todos ficaram quietos.

Coisa da idade

professores de esquerda, revistas de direita... as bibliotecas deveriam ser mais tridimensionais. (que fossem arredondadas nas bordas)

Talvez seja o foakeanismo o eixo que parte na direção do teu coração, te corta, dilacera;
Talvez esteja o foakeanismo só à espera.
Peut-être nous are les fils de Descartes (that wanker)
Talvez o foakeanismo tenha sido um erro, ou o ócio legítimo que sempre propusera; a incorreção, o certo pelo errado, a desobediência civil literária quase personificada.

...tanto faz, ninguém lê mesmo.

Aspirina de graça, na praia, na mesa de bar

Choram as bromélias com a toxicidade de São Paulo,
a Mata Atlântica, o caranguejo, supérfluos.
Resta o brasileiro nulo.
Minha vida de plástico e papel, industrial, comercial,
Doméstico, hospitalar, nuclear.
Consumo consciente não é a mensagem,
pois os resíduos do esforço fazem o pobre chorar,
e ele chora porque é pobre.
Mas não vamos generalizar,
choramos quando perdemos tudo embora não tenhamos nada,
por essa filosofia paralela que salta aos nossos olhos com um sabor pitoresco,
Com uma graça que nos faz pensar e nos deixa admirados por conta desse dom que o povo tem de mostrar
o quanto é sábio ao emitir seus conceitos.
Isso nem é uma solução; que há problemas de montão, que há o apagão, a arte, a bomba, os corações partidos, o foakeanismo, a seleção.


Mas isso logo desaparece frente à dúvida de onde colocaríamos uma cruz em memória às vítimas do século 21.
Rasguei metade das páginas daquele livro de filosofia que me deram. Eles dão esses livros pra qualquer um.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

And now.... for something completely different

preciptações com descarga em compartimentos recipientes contendo H2O

o maior jardim costeiro do mundo. eu andando nele. em ótima companhia. chove.



um quarto mal-iluminado no dia seguinte. chove. A veneziana aberta até a metade acumula as gotas e deixa que elas pinguem escandalosamente em sua calha, espirrando como carne congelada posta em óleo fervente; as gotas são como as que caíram quando eu era o bobo, e ela era uma dama não muito prestigiada na corte, porém estranhamente bonita.



Num banco teus cabelos são como fios de chocolate ou ainda cobre sob a luz solar, e toda a luz que precisaria no meu quarto é a dos teus olhos. Não estou apaixonado; não me apaixono. só estou sendo foakeanista, e o ócio é o que nos ilude com essas bobeiras (amor, arte e chuvas -pois chuvas diárias nunca impediram a inglaterra de descer tecido pelo Tâmisa, day after day.)

O bom senhor que o saco tanto doía - 1(um) épico em 3(três) estrofes


fui beijá-la na boca, mas ela beijou-me a testa
antes, riu docemente enquanto eu fiquei ali, estático,
com cara de merda. As mulheres sabem o que fazem quando agem assim.

[Fui na casa do meu tio palmeirense e comi aquela macarronada do caralho.
Que vulgar meu senhor, Eu me esforço, afinal sou fiel ao meu time]

De noite todos os gatos são iguais
Somos gatos igualmente pardos. A mentira de nada nos serve.
Eu vejo-te a ti, e tu vês-me a mim.
Talvez as injustiças e clichês ridículos do mundo possam ser derrotados às vezes.
Era o inverno da alma.
A pátria tirou a blusa na minha frente e mostrou seus seios,
Acanhado, confuso, chateado, com o saco doendo, decepcionado...
Eu fui embora.

Futuro do Pretérito de novo

Eu poderia escrever um texto aqui.



Você ficaria entretido por alguns minutos (se lesse, preguiçoso), eu tentaria divulgar um pouquinho ali e aqui (sem efeito) e finito. Mas tô cansado demais pra isso.

Poderia falar sobre os relógios quebrados do menino que é feliz pelo nome e de como sua amante não gosta de agrotóxico, de quão vermelha ela é mas naaaaaaaaa, não faz meu estilo.

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Ranho, meleca, expurgo, catarro verde que vem da alma do fundo do pé, quase sólido (como tijolo) tens nojo tens nojo tens nojo! [e é aqui que kläus diz -o senhor tá com nojiiiinho é?]

O asco e a dor num frasco de churrasco
Tingundeludê-demdum: PÉÈÈÈÈÈÈÈÈÈÈÈÈÈÈÈÈÈÈÉ (ventava tanto que os acentos mudaram a pose e o tamanho)

domingo, 9 de novembro de 2008

Para relaxar, todos somos imperfeitos, à minha perfeita

Estamos perdidos na tradução entre o mundo e cada um de nós como parte desse todo.
Acompanhando a exasperação e o cansaço, a sua euforia e a sua descoberta.
A vontade de inventar o seu próprio caminho, a sua própria linguagem, a procurar no seu íntimo o desfecho, a explicação disso tudo.

Eu tenho que ir embora, mas não deixe que isso venha entre nós.
[Eu quero nossos relógios quebrados para o tempo parar]
E dizemos adeus a nossa alienação e solidão compartilhada,
Aos nossos encontros e desencontros.

sábado, 8 de novembro de 2008

Fudelança, a pseudo-sociedade do eremita

Eu dou um passo adiante, para fora da caverna. Tudo o que resta lá dentro são uns livros velhos e uns rabiscos feitos na parede.
Platão já a deixara tempos atrás, mas para não sentir-me solitário conquistei a amizade de seus corvos.

Os corvos são bons companheiros, considerando a realidade inteligível, porem é a realidade sensível, mutável, que faz o meu dia.
Nossos diálogos variam do mundo das Idéias, a estaticidade e a dinâmica, mas os corvos gostam é de nos fazer de bobos.
Eles questionam se o ser humano conseguirá algum dia atingir realmente o conhecimento total e genuíno, fazendo-nos oscilar entre uma resposta dogmática ou empirista.

A realidade é real? O naturalismo é natural? E o milagre é sobrenatural? A ciência, detentora única do saber, é o ideal?
A ciência leva à ficção científica, mas sua definição nos diz que ficção é fraude, dissimulação. Isto nos diz que ela é um crime? 
A meu ver, o sim roubaria do meu texto os corvos, e minhas únicas e exclusivas companhias.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Won't Get Fooled Again

O gosto do azedo é o que me vem a boca enquanto reprimido;
o gosto do prazer, de suas taras mais perversas deve ser o que te saliva

você que na encruzilhada, encontro dos eixos deveria ficar
tu que coup d'etat joseph e sentou-se em seu lugar

intercepta como se fosse um bilhete num post-it sem cola (o que era privado)
e lê sem humor e sem compreensão da amizade
[pois não há mais quem lhe foda (descontas na escola)]
e só vês o cinza da cidade

let it run free

...e vocês, pequenos sargentos reprimidos, de cérebro como novo (pois recém foi lavado)
entregam aquele que resistira a lavagem,
como se algo ganhassem,
como se alguém perdesse; é só humor, it's only teenage wasteland. We're all wasted!

Coisa mais leve está por vir, até então, cave seu buraco.

I
Rápidos, incapaz de descrever, os detalhes não importam pois a fragrância de amantes é sutilmente assoprada com os ventos do verão, é o tipo de noite onde todos falam, todos escutam e ninguém respira.
O bebê chuta. O homem vê a mancha de chardonnay na saia da mulher e grita, desesperado:
-Você não acredita mais que amor é a única razão de nosso viver?
-Não.
-Então me diga a razão de meu viver! Não precisa ser amor. Eu viveria por aquela cadeira. Eu viveria por aquele quadro! Apenas me diga. Me diga a razão de seu viver que ela se tornará minha razão.
II
Não há uma grande orquestra ou um pôr-do-sol, não há choradeira ou um grand finale, Removendo as cores de nossas visões, o homem apressa-se a confranger o infante, e ambos choram.
O infante pela vida, um perigo concreto ao seu ver, o homem pela sua vida, abstrata, arruinada.
Ela correu suas mãos pela mesa, mas fora rejeitada pelo homem rejeitado.
III
Sua barba malfeita esconde as feições opostas de reluzente, o homem não é feliz, até onde ele sabe, o garoto também não é feliz e a mulher, seja a ilação de seus gestos, poderia estar distante ou próxima que seria indiferente.
O homem não vê mais as cores, mas ele vê um cego:
-Será mesmo, realmente, amarelo o sol e azul o céu? Por que não ser lilás, vermelho ou quem sabe seja apenas som?
O homem olha a sua volta, agoniado, agora compreendia:
-Quem é que não enxerga aqui, será eu ou você que não percebe?
Não seria indiferente!, ele está sozinho.
IV
O fim chegou, o homem avista a última cortina, viveu uma vida vazia cheia de arrependimentos, o homem olha para o lado e puxa conversa:
-Eu conheço um lugar onde a gente pode aproveitar tudo que não estava previsto.
Para dizer as coisas que realmente sente e não as palavras de alguém que ajoelha, para isto que estava lá.
E sua doce dor se esconde por trás de um sorriso, corrompido, comprado, fingido.. finalmente feliz.
E o filho buscou em vão identificar motivos para não querer guardá-lo.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

O Patriota

Menina dos olhos de jaboticaba (eu falo isso pra todas)



será que o céu é tão bonito assim? não é azul, é rosa de carvão negro, e as nuvens escondem a lua da minha vista; as flores (que não são margaridas, mas tulipas) dão lugar a coqueiros que não são daqui carros que não são daqui prédios que não são daqui mulheres que não são daqui (mulheres são de lugar nenhum); deixam tudo cinza de europa, cinza de sãopaulo, cinza de ordemepogreço cinza como A Fábrica.



mas orgulhemos-nos

domingo, 2 de novembro de 2008

toda vez que conto até três

Toda vez que passo no corredor indo à cozinha, saio do meu quarto (são 10 pras 3)
Toda vez que passo no corredor onde há um quadro de flores amarelas, cores vivas como as da bandeira que tremula no alto do mastro, da montanha no outeiro
Toda vez que passo bato o ombro na pintura,
deve ser enorme minha envergadura

[o corredor deve estar encolhendo (devo estar bêbado)]

toda vez que procuro o que comer
um pão, queijo prato, bolachas
não os acho, onde estão? comera-os algum de meus irmãos?
Provavelmente.

sábado, 1 de novembro de 2008

E há quem goste...

O que acontece quando o garoto cansa de seus textos?
Ele inventa mais, os tornando mais pragmáticos, autênticos. Talvez uma piada aqui, outra lá.
Não. O garoto acha a revista em que trabalha uma merda, fofoqueira, embora não seja de fofocas, explícita, embora não seja pornográfica.
Ele sonha em matar dois assistentes de arte e um redator junior só pra relaxar e sair sem dizer boa noite pra ninguém.
Ele então poderia abrir um restaurante, sendo que cozinhar sempre foi um hobby seu.
Não existem aqueles chefs malucos que preparam pratos com leite materno? Talvez ele pudesse usar leite paterno. E quem não se importasse iria.
Deste jeito ele poderia fazer o que quiser, não precisaria mais mentir.
Ao acordar o garoto logo diz que à sua esposa "Não te amo mais!", saindo de casa olha para a filha e diz "Você foi um acidente, a camisinha estourou!"
Chamar seu velho vizinho de fascista, ignorar os pedintes, ser poupado das piadas de seu maître, ligar para seu amigo e chamá-lo de deprimente, reclamar de sua garçonete que usa minissaia depois dos 40 anos e quando fechar o restaurante, parar no boteco e pedir o bom e velho chope aguado e sem espuma e falar para sua amante que nunca vai casar com ela, que só queria sexo.
Mas vamos à verdadeira história do garoto, pois ele não se tornou nada disso, e muito menos conquistou seu espaço.
Aos 2 viciou-se em papinha, aos 10 em cola, aos 15 em maconha, aos 25 em cocaína, aos 40 em álcool e agora, aos 50, em viagra.
Um dia entrou no orkut e viu uma comunidade em homenagem à sua namorada.. "Eu comi a Aline", infelizmente, a comunidade tinha 1.252 membros.
O garoto volta aos seus textos que sao diferentes do usual tem influencias da geraçao beat escreve sem usar virgula sem ponto sem acento sem hifen.
Afinal de contas, ele não era um garoto?
Olhe para trás e lamente sua perda de tempo por ler isto.

Jezebel

Tolo o escritor que se apresenta, derrama as palavras a sua frente mas não as expressam como deveriam ser.
O escritor come uma, duas modelos por mês, cheira pó em suas reuniões artísticas pedagógicas e então o escritor escreve, sobre o minotauro de seus sonhos, porque as modelos não o satisfazem, e ele sonha com o minotauro e o minotauro, em retorno, enrijece e de certa estatura o amedronta.
E então o escritor volta a seu carnaval cotidiano que nada importa, nada acaba, e as modelos passam.
A ex-menininha tinha uma língua que parecia um liquidificador, tamanha a velocidade que ela a usava.
O escritor pensava que isso era inspiração, mas no fundo, tudo isso nunca foi deleite, era tudo baseado no seu sofrimento, na sua alma caolha, na sua cela psicológica, isto sim! Ah, isto era seu auge! A representação crua de sua vida, de como ela poderia ter sido, e nunca mais será, de como um corpo inane ainda pode obter idéias brilhantes mas sua luta extra corpórea não o leva a nada... ao fracasso... a eutanásia.
Tolo o leitor, que se deixe levar pelo fato do escritor ser homossexual, levantando a questão do bem ou do mal, nada conta quando se é ateu, pois seus contos de horror não contam a maldade do homem ou de seu deus, mas sim da humanidade, uma crueldade, e sua crença, um devaneio.
O horror. Da mulher, da criança, do minotauro.

Bob Magog, the Nob



A Quick One



(sic)


Alguma coisa está errada quando o artista não consegue nem escrever o nome do próprio movimento, mas enfim.

Feliz Dia do Saci



Esmóle porreta retado no desenho

Avexado, mas digno de um bozó

Da Voyage


Welcome to Tokyo