quinta-feira, 24 de março de 2011

todo fim de mês eu venho aqui correndo pra não dizer que não escrevi quase nada
mas tem gente que nem liga pra data.

sexta-feira, 11 de março de 2011

suspira
fala:
eu sou um escritor sem palavra
eu sou um escritor que engasga na própria imagem de ser
mal penso
contudo eu termino contudo
joão
como começar contudo
como trazer do silêncio e ler, do ar vazio
um pedaço de poeira que dança
e fazer palavra - a porta bate.

há vácuo, aumento súbito de pressão num quarto trancado
do tamanho dum quarto trancado um som, uma barra de aço e o céu detrás
explode e devasta o nada
como começar contudo, nonada
eu não lembro de nada do meio
mas como começar contudo, nonada
como começar a história 'a história'
ou deitado he lay flat on the ground.
quando eu sair daqui - começar como
como começar errado, já trancado

:eu estou trancado. a porta abre
a porta fecha
comecei mal.
tudo é estático e venta
como começar história se não tem história do vento
como começar contudo do vento
como começar o tempo e o vento
venta vento
escreve escriba
e o teu sensível dá nó dá nó sensível nó nomeia prado nomeia morro nomeia eu no meio danço e quem dança, a bailarina trôpega e bêbada já no fim da madrugada dança triste porém dança, contudo dança o salão alumiado de breve dança como se adiantasse algo que fosse, danço eu o salão é vazio, sem música, a música é colocada depois no estúdio mas ela dança sozinha e depois que ela dança o vento continua sendo nada o vácuo bateu a porta enquanto ela dançava mas ela não ouviu bateu bem devagar.
a bailarina bêbada tropeça num compasso sete por oito, eu já esperava
e aí ela dissolveu no ar
espedaçou-se em um tantão de pedaço de poeira viva
imagina agora um sol quentinho meio frio de seis horas da manhã
uma casa antiga belle epoque, um chão xadrez branco e preto, o alto de um morro, o monte serrat. que escritor horrível eu sou.