sábado, 9 de julho de 2011

mil aparições negras esguias se arrastam
velam o meu sono
o rosto de aparição católica de cerâmica fria aprece estampado em todos os nós de madeira de cada porta e cada móvel cada estalo do andar
em cada canto que o olho não alcança um corpo morto enforcado
anjos de granito verde escuro me embalam
mil pessoas mortas em volta do meu leito todas de pé me encaram do centro de suas sombras
barulho de moto e riso são cartas desmanchadas no leite eterno da mãe celeste
a perfeição que amedronta e atormenta
um jogo de lembranças
mil aparições católicas deslumbrantes num choque de abrir a janela o alumínio frio e são francisco de assis
um aquário de peixes entumecidos de prata líquida e algodão todo eles recitam:
"moça estuprada pelo vento que sai de mim"
camponesa
eu não consigo
mil
móveis
cantos