sábado, 2 de janeiro de 2010

A velha a fiar

estava lá, em seu lugar, ela: a véia. eis então que vem a mosca a lhe fazer mal; a mosca na véia e a véia a fiar. estava lá a mosca bizuindo em seu lugar, e então vem a aranha a lhe fazer mal! a aranha na mosca, a mosca na véia e a véia a fiar. lá está a aranha, disse manuel, onde?, lá, oras!, ah, já a vejo... olha só, lá vem o rato! (o rato a aranha a mosca a véia).

O rato tentava se alimentar da aranha, presa na teia mas que ainda assim, inutilmente tentava alcançar à suas presas a mosca. A mosca zunia impaciente. Pousava e voava em torno da velha. Esticava a tromba. Batia asas. Voava. Eis então que vem, como de súbito, um felino implacável em sua caça, determinado, rajado de cor e que pula como o vento, das alvas patas, não manchadas do óleo que o distigue a pelagem, surgem garras, enormes presas, afiadas, apontadas sobre o nosso amigo hospedeiro da peste negra. Um amoreco de bicho. Ao gato, chamaremos-lho Jão, o gato. AO ver aquilo o vizinho que observava tudo pela fresta de porta que se abrira ao corredor do condomínio, exclamou: -o gato no rato, o rato na aranha, a aranha na mosca, a mosca na véia e a véia a fiáaaaaaa!

olha lá vem o cão correndo diz que diz ah, cão, corre pega o gato, balanganda as oreia por aí, bate a cabeça na mesa, nem liga e sai correndo babando a língua por cachecol molhando o pêlo, molhando o chão, molhando até o mar é tudo que se diz, morde o rabo do gato e diz ainda que é feliz, nem rabo tem, na época em que nasceu ainda se podia cortar a cauda dos cães por pura estética, cortem seus narizes horrendos, pensava o cão, mas cão não pensa, ele sabe instintivamente, e desse mesmo modo o cão percebe que está ele no gato, este no rato, o roedor na aranha, a aranha na mosca, a mosca na aranha, não! a mosca na senhora idosa e a mesma a fiar. (por motivos fóbicos, ansiosos, e tudo mais, não vou mais falar da aranha).

Estava a velha a fiar
Veio a mosca incomodar
Veio o mundo atrapalhar
A TV alta e a música do Jornal Nacional lhe desconcentraram, velha distraída.
Veio o pau no cachorro. o Fogo no Pau no Cão no Gato no Rato no treco no Rato no céu na Mosca na Velha. e a velha lá.

Água apaga fogo. Pedra amassa tesoura...

Veio um empresário rico engarrafá-la. A água não é bem que deveria poder ser expropriado assim:

Anno Domini 2087 - A Guerra da Água, por Folha de S. Paulo

O impasse da água se agravou hoje, com o ataque de manifestantes pró-PDA ao prédio da multinacional dos alimentos Nestlé, em Vevey, Suíça. O impasse teve início no departamento francês de Languedoque, onde terroristas colocaram sal na fonte da Perrier e saíram correndo. O líder do grupo, que se denomina Aníbal e é de origem basca, divulgou uma fita holográfica afirmando: "Nós teremos a água borbulhante da fonte para os nossos banhos semanais borbulhantes, queiram os empresários-ladrões ou não. Eu adoro quando as bolhinhas estouram nas minhas costas, e isso é um direito inalienável do ser humano!"
A embaixada brasileira em Berna confirmou que houve um brasileiro, funcionário expratriado da Nestlé, ferido no ataque, identificado como sendo o gerente pernambucano João Carlos Gomes. Seu estado de saúde é estável e ele terá alta amanhã pela tarde.

2 comentários:

ruth rocha disse...

a casinha da vovo
secadinha de cipo
o cafe ta demoranu
com certeza nao tem po
porra puta velha escrota
maconheira filha da penga
ate parece que nao um cocozinho de açucar naquela budega

Anônimo disse...

http://en.wikipedia.org/wiki/Comit%C3%A9_R%C3%A9gional_d%27Action_Viticole